quarta-feira, 2 de setembro de 2009

I

sozinha.ataulfo de paiva, já andei por aqui. bandeiras rasgadas no meio fio. Don’t give up on me. diriam as bandeiras, ou era a mendiga preta que arrastava as malas.  mendiga preta virando adorno do leblon. vista turva, cerveja e fome. qual é o caminho de volta. acordar a mendiga. morder-lhe os tornozelos. nenhum chamado. Don’t give up on me. saudade de minha mãe. nem sei quem foi. vou me cobrir com as bandeiras despetaladas de vermelho e preto. aleijar a preta. manchar minha boca. chagas. mulher sem armas. dentes. ainda tenho dentes e bandeiras. fome e pés trocados. os tornozelos sujos da velha das malas. chora. eu. choro eu. grito na tua janela. Don’t give up on me. e depois durmo na esquina sem marquise da rue de rivoli.

 

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