Esse metal que traz em suas mãos e me queima, é o
que?
Qual material é esse que me fere a pele?
Ouro? Bronze? Amianto?
Carrega em teus dedos, mas eu, tonta, não sei nunca
em qual mão está.
Parece que se move, tem autonomia.
Escapa de minha defesa e me queima mais uma vez.
Corta a fina pele dos mamilos, marca minhas coxas.
Desse metal fino que tem em teus dedos, não conheço a
cor.
Não posso olhar que arde a vista.
Talvez seja, na realidade, imóvel. Talvez sejamos nós
que nos movimentemos muito, nos enrrosquemos de tal modo que esse pedaço de
lata se confunda em sua perseguição. Se assim for. Se assim for, ah, meu
amor, é possível que reste, então,
uma linha de fuga para mim.