sexta-feira, 24 de abril de 2009


 

Um passante

 

A vista turva e os sons, gemidos.

A mão sinuosa passou, deixou

o corpo todo em alarido.

Os lençóis jogados em torno

rasgou a alça do vestido

dentemordendo, bocas abertas

língua no ouvido.

De ondas calmas e certas

o ritmo se fez frenético

respiração curta, gemido

(e pensar que tudo veio de um papo poético)

Que noite...e a luz após! -Efêmero encontro

cujo movimento me fez gozar outra vez.

De manhã já foi, banho não tomou, calça mal vestiu

Não deixou nem um talvez

Longe daqui vai, amante.

Passou.

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