segunda-feira, 13 de abril de 2009


Resposta

 

Entregou o livro e disse:

Confie em mim

guarde no vazio

da estante de madeira

essa história de amantes.

Estanque.

A surpresa de páginas arrancadas

(confie em mim)

A luz do escritório acesa

e sobre sua mesa

as folhas rasgadas.

O tato da mão fez sentir o rasgo, ferida de papel.

Li as frases de tua estória despedaçada,

não teve graça.

Costurei com fios a memória arrancada.

Afiei as lâminas da casa.

Escrevi na pele com agulhas, cicatriz de carne.

Me feri com letras

Te odeio com facas

Espero gelada, tornada

punhal de prata

a tua volta da estrada

mais uma e agora a última vez.

Aguardo, lâmina afiada,

a tua voz afinada

que dirá pela última vez:

 - Confie em mim.

Sem comentários:

Enviar um comentário