sábado, 17 de outubro de 2009


H.O.

Morreu. Não foi em março, não foi em 80.

Morreu ontem, num incêndio. O fogo o levou daqui.

O sujeito não era mais, era trabalho.

Panos, cores ganhando o espaço. Fogo.

Herói. Foi-se sem ninguém fazer nada.

Preso no quarto do irmão, foi embora. Fogo.

Ninguém foi em seu socorro. Nenhuma voz.

Sobreviva ainda. Marginal.

Resista ainda. Volte ainda.

Aparecerá, eu sei, numa madrugada quando um passista do morro se levantar com seu

estandarte e rodar e rodar e rodar e rodar e rodar.

Nesse momento eu o verei ainda.

 

 

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