segunda-feira, 3 de outubro de 2016

TARDE

À noite, pouco antes da hora de dormir,
procurei por tua presença em meus lençóis.
Procurei se havia deixado uma marca qualquer.
Uma mão que fosse,  impressão no travesseiro.
Ou uma gota no lençol branco.
Não havia nada.
Procurei, então, em minhas mãos.
Quem sabe uma marca de teus cabelos
ou um linha desenhada por teus dentes?
Nada.
Na língua, talvez, pois lambi o suor de tua testa.
O gosto não estava mais.
Adormeci e, do silêncio, um sussurro quase inaudível.

Era a tua garganta que derramava ainda um gemido em meus ouvidos.

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