TARDE
À noite, pouco antes da hora de dormir,
procurei por tua presença em meus lençóis.
Procurei se havia deixado uma marca
qualquer.
Uma mão que fosse, impressão no travesseiro.
Ou uma gota no lençol branco.
Não havia nada.
Procurei, então, em minhas mãos.
Quem sabe uma marca de teus cabelos
ou um linha desenhada por teus dentes?
Nada.
Na língua, talvez, pois lambi o suor de tua
testa.
O gosto não estava mais.
Adormeci e, do silêncio, um sussurro quase
inaudível.
Era a tua garganta que derramava ainda um
gemido em meus ouvidos.
Sem comentários:
Enviar um comentário